Stop the breakwater! Pare a quebra-mar!
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Antes de 26 Dezembro 2012.
Sou contra a proposta INTERVENÇÕES
PARA MELHORIA DAS CONDIÇÕES
BALNEARES submetido pelo Melia
Llana Beach, pelas seguintes razões:
1. Eu não quero ver o mar (praia)
de Algodoeiro torna-se um Gueto turistico, com praias privadas.
2. Estou preocupada com o impacto
ambiental, em particular com as tartarugas marinhas.
3. Estou preocupada com a formação
das ondas da mundialmente famosa praia de Ponta Preta.
I object to the proposal INTERVENÇÕES
PARA MELHORIA DAS CONDIÇÕES BALNEARES submitted by Melia Llana Beach for the
following reasons:
1. I do not wish to see Algodoeiro become a
tourist ghetto, with 'private' beaches.
2. I am concerned about the impact to the
environment, particularly to marine turtles.
3. I am concerned about the disruption of the
world famous break at Ponta Preta.
Download the full
proposal here.
O Quebra-mar no Algodoeiro pode beneficiar turistas mas teria um grande
impacto nesse ecossistema.
Os planos de construir um quebra-mar
do The Resort Group / Melia Llana Beach no Algodoeiro (na Costa Oeste do Sal),
como propósito de melhorar a
natação para os turistas nos seus três hotéis. Algodoeiro tem uma camada das pedras que ficam descobertos na
maré baixa uma ou duas vezes por dia, para nadar os turistas tem que atravessar
as pedras andando.
O projeto envolve a construção de dois quebra-mar
perpendiculares a linha da costa, para criar uma praia no meio. Boatos afirmam
que o custo desse projecto é de €3.000.000 Euros (mais o custo da manutenção
períodica). No plano inicial foi considerado cercar a área mais larga e
incluindo a dragagem de 3000 m² mar a dentro.
A figura a seguir é o projecto final que foi apresentado
para avaliação pelo Direcção Geral do Ambiente e outras autoridades.
Como parte do plano as rochas no fundo do mar serão removidos (possivelmente utilizando explosivos). Como mostrado na figura o quebra-mar será construído em seguida. Uma vez que a areia irá acumular nos lados exteriores do quebra-mar e não dentro, a areia nessa praia será reposta artificialmente – importando-a ou procurando-a em outras partes da ilha.
O estudo foi concluído pelo WW – Consultores em Hidráulica e Obras
Marítimas S.A. em nome do The Resort Grupo /Melia Llana Beach entre Julho e
Setembro de 2012 e constatou vários impactos negativos e positivos do projecto.
Impactos positivos incluem condições mais confortáveis para natação para
visitantes, alguns extras, como trabalhos temporários e a criação de um recife
artificial (substituindo o recife natural existente). Contudo, outros aspectos
podem ser bastante negativos em relação ao projecto, tais como:
1. Não foi
determinado a posição e o tamanho exacto da proposta do quebra-mar.
2. A perturbação
na praia durante a fase de construção. A proposta inclui fechar uma parte da
praia, máquinas pesadas que farão muito barulho e poeira.
3. O tempo e ou comprimento
das obras propostas não foram incluídos no documento.
4. O impacto no
movimento da areia (construindo na parte norte do quebra-mar e não repondo na
parte sul).
5. A necessidade
de repor a areia no interior do quebra-mar com areia de outra área como
consequência pode mudar o ecosistema da costa.
6. A destruição
da vida marinha que atualmente vive na área das rochas ou nas rochas.
7. Um impacto na
acção das ondas que pode interromper a prática de surf, windsurf e kitesurf na
praia mundialmente famosa de Ponta Preta.
8. O tempo
limitado (3 meses) de pesquisa e estudos não é suficiente para entender os
impactos a longo prazo.
9. O impacto nas
tartarugas Caretta caretta mais
conhecidas como cabeçuda, (uma espécie em perigo e mundialmente protegida)
incluindo a perturbação da praia durante a época de nidificação (barulho, luz e
obras) e as paredes impedindo-as de sair do mar para a desova.
10. Esta zona faz
parte das Áreas Protegidas de Cabo Verde (PCSAPCV), este tipo de projecto não é
permitido pelo plano de administração.
Naturalmente
para a SOS Tartarugas, a maior preocupação é sobre o impacto para as
tartarugas. Por alguma razão, não foram usados dados ou relatórios desta
organização, que tem seis anos de experiência e monitorando a ecossistema do
Algodoeiro, na preparação da
proposta do quebra-mar.
A proposta
afirma que a área não é importante para as tartarugas, dessa forma “o local fica fora das áreas preferenciais
para nidificação de tartarugas por incompatibilidade entre os fundos rochosos.
A espécie só nidifica em lugares arenosos e sem obstáculos rochosos para
facilitar a saída e entrada dos adultos e a entrada dos juvenis.” O mapa do Sal foi incluído na
proposta. Este mapa é o mapa de áreas de nidificação mas ele é usado pela Câmara
Municipal do Sal e a SOS Tartarugas para definir os principais pontos de monitoramento
(postos dos soldados, acampamentos, etc) que é importante para a impedir a caça
de tartarugas.
Infelizmente
os autores da proposta interpretaram o mapa de forma errada e acreditam que as tartarugas SO
colocam seus ninhos nos pontos amarelos enumerados.
“Conforme pode ser verificado
na figura abaixo, que apresenta as zonas da ilha do Sal onde existe prevalência
de desova de tartarugas, que a zona em estudo não se encontra incluída nas
áreas utilizadas por esta espécie para efeitos de nidificação. Neste sentido,
torna-se seguro afirmar que a zona do projecto é uma zona de pouca ou nenhuma
influência das tartarugas marinhas, não é utilizada para nidificação das mesmas
pelo facto de ser uma zona com bastantes rochas na praia e, por isso, o
projecto em análise não terá impacto negativo sobre essa espécie. Pela
observação da figura abaixo percebe-se que a zona do projecto situa-se entre os
pontos 4 e 5, pontos estes identificados como áreas de desova.”
É de grande preocupação que os consultores passaram todo o verão no Sal e não
contactaram a SOS Tartarugas, ou usaram os relatórios e documentos científicos
que foram entregues ao The Resort Group / Melia Llana Beach, sobre zona de
desova e o impacto do desenvolvimento. O resultado disso é que essa área não
foi respeitada como uma das mais importantes para nidificação das tartarugas, o
que é caso.
Em baixo podemos ver uma situação real (a proposta da construção é em
frente ao quadrado vermelho)
Os pontos coloridos representam áreas das actividades de
tartarugas ao longo desses últimos cinco anos. Podem ser vistos mesmo em frente
a praia onde se encontra o complexo de Melia Llana e onde situa a proposta do
quebra-mar e que há um numero significativo de ninhos.
Neste relatório fica
explicito que a falta de conhecimento sobre o comportamento e a biologia das
tartarugas cabeçudas, fazendo com que as suposições estejam erradas por duas razões:
1. Não é importante se as rochas
ficam expostas ou não na maré baixa, as tartarugas saem para praia quando a
maré esta alta.
2. As tartarugas não saem do mar
e desovam em frente a onde saíram. Elas podem andar na diagonal ou de forma
aleatória muitas vezes escolhendo um lugar para desovar longe do ponto onde saíram
na praia.
Algodoeiro é um lugar unico para as tartarugas no Sal,
tem um ecosistema diferente das outras praias. Alem disso, um estudo genético
afirma que as tartarugas dos ninhos desta costa tem uma composição diferente
dos das outras praias. Portanto, não
é suficiente declarar que as tartarugas vão encontrar outras áreas, a questão é
mais complicada que isso.
A própria proposta afirma que o projecto não deve “Causar
danos ou destruição das sensíveis áreas ambientais” ou “não envolve extinção de
nenhuma das nossas espécies com estatuto de protecção especial”. Contudo parece
que o projecto vai criar alguns impactos negativos muito sérios. Em ambos esses
casos devemos ir em frente?
Tendo em conta que o próposito desse projecto é permitir que os turistas entram no mar durante a maré baixa, parece haver um desequilibrado quanto ao enorme preço a pagar, se tivermos em conta tanto o dinheiro como os impactos ambientais.
O período
de consulta do projecto termina em 27 de Dezembro de 2012. Por favor envie
email para expressar seu apoio ou preocupação, email Maria.R.Soares@mahot.gov.cv ou Moises.Borges@mahot.gov.cv ou deixe seus comentários na
Biblioteca Munícipal Jorge Barobosa em Espargos.
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