SOS Tartarugas works in Cape Verde protecting nesting loggerheads turtles (Caretta caretta) and their habitat. Cape Verde is the third most important nesting area for loggerheads in the world. Turtles are at risk from hunting for meat, stealing of eggs, removal of sand for building and unregulated tourism development. Our email is info@turtlesos.org.
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Friday, December 21, 2012

Cinco Dias Para Salvar Ponta Preta! Five Days to Save Ponta! Preta

Stop the breakwater!  Pare a quebra-mar! 

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Antes de 26 Dezembro 2012.   

Sou contra a proposta INTERVENÇÕES PARA MELHORIA DAS CONDIÇÕES
BALNEARES submetido pelo Melia Llana Beach, pelas seguintes razões:
1. Eu não quero ver o mar (praia) de Algodoeiro torna-se um Gueto turistico, com praias privadas.
2. Estou preocupada com o impacto ambiental, em particular com as tartarugas marinhas.
3. Estou preocupada com a formação das ondas da mundialmente famosa praia de Ponta Preta.

I object to the proposal INTERVENÇÕES PARA MELHORIA DAS CONDIÇÕES BALNEARES submitted by Melia Llana Beach for the following reasons:
1. I do not wish to see Algodoeiro become a tourist ghetto, with  'private' beaches.
2. I am concerned about the impact to the environment, particularly to marine turtles.
3. I am concerned about the disruption of the world famous break at Ponta Preta.


Download the full proposal here.


O Quebra-mar no Algodoeiro pode beneficiar turistas mas teria um grande impacto nesse ecossistema.

Os planos de construir um quebra-mar do The Resort Group / Melia Llana Beach no Algodoeiro (na Costa Oeste do Sal), como propósito de  melhorar a natação para os turistas nos seus três hotéis. Algodoeiro tem uma camada das pedras que ficam descobertos na maré baixa uma ou duas vezes por dia, para nadar os turistas tem que atravessar as pedras andando.
O projeto envolve a construção de dois quebra-mar perpendiculares a linha da costa, para criar uma praia no meio. Boatos afirmam que o custo desse projecto é de €3.000.000 Euros (mais o custo da manutenção períodica). No plano inicial foi considerado cercar a área mais larga e incluindo a dragagem de 3000 m² mar a dentro.
 A figura a seguir é o projecto final que foi apresentado para avaliação pelo Direcção Geral do Ambiente e outras autoridades.

Como parte do plano as rochas no fundo do mar serão removidos (possivelmente utilizando explosivos). Como mostrado na figura o quebra-mar será construído em seguida.  Uma vez que a areia irá acumular nos lados exteriores do quebra-mar e não dentro, a areia nessa praia será reposta artificialmente – importando-a  ou procurando-a em outras partes da ilha.


O estudo foi concluído pelo WW – Consultores em Hidráulica e Obras Marítimas S.A. em nome do The Resort Grupo /Melia Llana Beach entre Julho e Setembro de 2012 e constatou vários impactos negativos e positivos do projecto.

Impactos positivos incluem condições mais confortáveis para natação para visitantes, alguns extras, como trabalhos temporários e a criação de um recife artificial (substituindo o recife natural existente). Contudo, outros aspectos podem ser bastante negativos em relação ao projecto, tais como:
1.     Não foi determinado a posição e o tamanho exacto da proposta do quebra-mar.
2.     A perturbação na praia durante a fase de construção. A proposta inclui fechar uma parte da praia, máquinas pesadas que farão muito barulho e poeira.
3.     O tempo e ou comprimento das obras propostas não foram incluídos no documento.
4.     O impacto no movimento da areia (construindo na parte norte do quebra-mar e não repondo na parte sul).
5.     A necessidade de repor a areia no interior do quebra-mar com areia de outra área como consequência pode mudar o ecosistema da costa.
6.     A destruição da vida marinha que atualmente vive na área das rochas ou nas rochas.
7.     Um impacto na acção das ondas que pode interromper a prática de surf, windsurf e kitesurf na praia mundialmente famosa de Ponta Preta.
8.     O tempo limitado (3 meses) de pesquisa e estudos não é suficiente para entender os impactos a longo prazo.
9.     O impacto nas tartarugas Caretta caretta mais conhecidas como cabeçuda, (uma espécie em perigo e mundialmente protegida) incluindo a perturbação da praia durante a época de nidificação (barulho, luz e obras) e as paredes impedindo-as de sair do mar para a desova.
10.  Esta zona faz parte das Áreas Protegidas de Cabo Verde (PCSAPCV), este tipo de projecto não é permitido pelo plano de administração.

Naturalmente para a SOS Tartarugas, a maior preocupação é sobre o impacto para as tartarugas. Por alguma razão, não foram usados dados ou relatórios desta organização, que tem seis anos de experiência e monitorando a ecossistema do Algodoeiro,  na preparação da proposta do quebra-mar.

A proposta afirma que a área não é importante para as tartarugas, dessa forma “o local fica fora das áreas preferenciais para nidificação de tartarugas por incompatibilidade entre os fundos rochosos. A espécie só nidifica em lugares arenosos e sem obstáculos rochosos para facilitar a saída e entrada dos adultos e a entrada dos juvenis.”  O mapa do Sal foi incluído na proposta. Este mapa é o mapa de áreas de nidificação mas ele é usado pela Câmara Municipal do Sal e a SOS Tartarugas para definir os principais pontos de monitoramento (postos dos soldados, acampamentos, etc) que é importante para a impedir a caça de tartarugas.
Infelizmente os autores da proposta interpretaram o mapa de forma errada  e acreditam que as tartarugas SO colocam seus ninhos nos pontos amarelos enumerados.
“Conforme pode ser verificado na figura abaixo, que apresenta as zonas da ilha do Sal onde existe prevalência de desova de tartarugas, que a zona em estudo não se encontra incluída nas áreas utilizadas por esta espécie para efeitos de nidificação. Neste sentido, torna-se seguro afirmar que a zona do projecto é uma zona de pouca ou nenhuma influência das tartarugas marinhas, não é utilizada para nidificação das mesmas pelo facto de ser uma zona com bastantes rochas na praia e, por isso, o projecto em análise não terá impacto negativo sobre essa espécie. Pela observação da figura abaixo percebe-se que a zona do projecto situa-se entre os pontos 4 e 5, pontos estes identificados como áreas de desova.”

É de grande preocupação que os consultores passaram todo o verão no Sal e não contactaram a SOS Tartarugas, ou usaram os relatórios e documentos científicos que foram entregues ao The Resort Group / Melia Llana Beach, sobre zona de desova e o impacto do desenvolvimento. O resultado disso é que essa área não foi respeitada como uma das mais importantes para nidificação das tartarugas, o que é caso.

Em baixo podemos ver uma situação real (a proposta da construção é em frente ao quadrado vermelho)
Os pontos coloridos representam áreas das actividades de tartarugas ao longo desses últimos cinco anos. Podem ser vistos mesmo em frente a praia onde se encontra o complexo de Melia Llana e onde situa a proposta do quebra-mar e que há um numero significativo de ninhos.

Neste relatório fica explicito que a falta de conhecimento sobre o comportamento e a biologia das tartarugas cabeçudas, fazendo com que as suposições estejam erradas por duas razões:
1.     Não é importante se as rochas ficam expostas ou não na maré baixa, as tartarugas saem para praia quando a maré esta alta.
2.     As tartarugas não saem do mar e desovam em frente a onde saíram. Elas podem andar na diagonal ou de forma aleatória muitas vezes escolhendo um lugar para desovar longe do ponto onde saíram na praia.

Algodoeiro é um lugar unico para as tartarugas no Sal, tem um ecosistema diferente das outras praias. Alem disso, um estudo genético afirma que as tartarugas dos ninhos desta costa tem uma composição diferente dos das outras praias.  Portanto, não é suficiente declarar que as tartarugas vão encontrar outras áreas, a questão é mais complicada que isso.

A própria proposta afirma que o projecto não deve “Causar danos ou destruição das sensíveis áreas ambientais” ou “não envolve extinção de nenhuma das nossas espécies com estatuto de protecção especial”. Contudo parece que o projecto vai criar alguns impactos negativos muito sérios. Em ambos esses casos devemos ir em frente?

Tendo em conta que o próposito desse projecto é permitir que os turistas entram no mar durante a maré baixa, parece haver um desequilibrado quanto ao enorme preço a pagar, se tivermos em conta tanto o dinheiro como os impactos ambientais.

O período de consulta do projecto termina em 27 de Dezembro de 2012. Por favor envie email para expressar seu apoio ou preocupação, email Maria.R.Soares@mahot.gov.cv ou Moises.Borges@mahot.gov.cv ou deixe seus comentários na Biblioteca Munícipal Jorge Barobosa em Espargos.

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